Depois de pouco mais de um mês o novo diretor do SAAE, o vereador Fernando Miranda, fala da experiência de ter encontrado um órgão administrativa e financeiramente à beira de um colapso e um sistema de abastecimento precário e caduco. Em rápida entrevista Fernando fala dessa experiência:
PERGUNTA – Fernando, depois de um mês à frente o SAAE, qual a avaliação que você faz da situação que encontrou no SAAE?
FERNANDO MIRANDA – A situação que encontrei no SAAE foi a pior possível, tanto do ponto de vista administrativo, como financeiro, isso sem falar no próprio sistema de abastecimento d´água, que não atende mais às necessidades da população e que é responsável por um mau atendimento à população, tanto quantitativamente, quanto qualitativamente. Como vereador eu acompanhei pela análise da documentação a que tinha acesso essa situação, mas vendo a situação como administrador, constatei que ela era calamitosa, porque havia todo tipo de irregularidade...
PERGUNTA – Dessas irregularidades, qual a que lhe chamou mais sua atenção?
FERNANDO MIRANDA – Os desvios de finalidade dos recursos financeiros; pra se ter uma idéia dessa situação temos o caso dos gastos com combustíveis. No último mês da administração do diretor da gestão do ex-prefeito João Félix, o gasto com combustível foi da ordem de 20 mil reais. No primeiro mês de nossa administração esse gasto foi reduzido para 900 reais... Isso tudo com os mesmos veículos e motos sendo usados para os mesmos serviços de atendimento das necessidades de transporte do SAAE...
PERGUNTA – Que ações foram tomadas para sanar esse tipo de irregularidade?
FERNANDO MIRANDA – Um controle total de todos os gastos e despesas, para que possamos mostrar através de todos os meios de comunicação, da forma mais transparente possível, tudo o que gastamos, sem desvio de finalidades dos recursos financeiros, para que a população possa acompanhar através de comparativos do que entrou e saiu, por que o SAAE funcionava de forma errada, prestando um mau serviço à população...
PERGUNTA – E a situação estrutural do sistema de abastecimento d’água da cidade, qual o balanço que você faz sobre isso?
FERNANDO MIRANDA – A rede de abastecimento de água da cidade tem mais de cinqüenta anos que foi instalada e desde então não se fez nenhum tipo de manutenção ou reparo, que pudesse sanar as dificuldades que isso acarreta. Há uma perda estimada em 70% da água que sai dos mananciais e circula pelas tubulações da rede, sendo isso responsável pela precariedade do sistema, que não atende mais às necessidade de uma população que cresceu nesse período... A crônica situação da falta d’água na cidade vem daí...
PERGUNTA – O que tem sido feito no curto prazo, para fazer face a essa situação?
FERNANDO MIRANDA – Depois de um mês de administração responsável, sobraram recursos que estaremos utilizando na recuperação de poço que estava desativado, no pagamento de uma dívida que se arrasta há anos com a ELETROBRÁS, e no atendimento diário a situações emergenciais, com ações pontuais de atendimento aos casos mais dramáticos em alguns bairros da cidade... A nossa intenção é de conseguirmos no médio prazo, recursos para trocar a rede de tubulação já defasada e com isso chegarmos ao fim do próximo ano com essa situação precária já minimizada, pelo menos...
PERGUNTA – Você falou em transparência e desvios de finalidade dos recursos financeiros da gestão passada, nessa área, quais as ações que você pretende fazer para que a população tome conhecimento de todos os gastos e atos de sua administração?
FERNANDO – Pretendemos que a nossa administração seja marcada por total transparência não só dos gastos e receitas, mas de todos os atos que praticarmos, que serão divulgados por meios como a internet - para isso criamos este blog - como através de um boletim impresso, que circulará trimestralmente, e na exposição na frente da sede do órgão de um painel num outdoor, mostrando em detalhes, todo mês, tudo o que foi feito com o dinheiro arrecadado, fazendo uma comparação com o mesmo mês do ano anterior, para que a população tenha como saber do que entendemos que seja a obrigação de todo gestor da coisa pública, ou seja transparência total e absoluta de todos os atos e gastos e receitas do dinheiro público que entrar e sair do órgão que dirigimos... Aceitarei todas as críticas que venham fundamentadas com dados reais e responderemos por todos os atos que praticarmos com toda a lisura e critério pautado pela busca do atendimento correto à população...Fui um crítico feroz e obstinado da gestão passada e isso me dá uma responsabilidade maior pela minha ação à frente do SAAE... Quero mostrar não só que sei criticar ou apontar erros... Topei o desafio proposto pelo prefeito Paulo Martins, para demonstrar isso...
